Para a Associação Vale d’Ouro o protelar deste investimento significa um enorme desrespeito pela região e pelos seus habitantes.
A Associação Vale d’Ouro considera que a eletrificação da Linha do Douro até ao Pocinho é urgente. "Em mais um fim-de-semana de grande afluência foram vários os problemas por falta de capacidade da infraestrutura que o gestor teima em não resolver", revela a associação em nota enviada à redação da RRB.
Segundo a associação “Foram registadas situações de comboios a circular com passageiros muito acima da capacidade mas também a decisão do operador, no passado sábado, de não realizar a venda de bilhetes para dois comboios, um entre Porto e Pocinho e outro entre Pocinho e Porto que, habitualmente, registam as maiores ocupações diariamente.” No passado sábado registaram-se na Linha do Douro 20 circulações entre os comboios de serviços comercial, serviço especial, histórico a vapor e Presidencial. Na ótica da Associação Vale d’Ouro estes problemas poderiam ser mitigados com a eletrificação da Linha do Douro até ao Pocinho.
A Associação Vale d’Ouro aponta ainda outros problemas associados à infraestrutura e que tem limitado a capacidade e os tempos de viagem. São já de há alguns anos as intervenções que inviabilizaram a possibilidade cruzamentos em Covelinhas e as reduções de pessoal afeto às estações do Pocinho, do Tua e do Pinhão, o que numa linha de via única e com cantonamento telefónico se traduzem em maiores restrições à circulação e por conseguinte menor capacidade. Ainda recentemente a renovação integral de via entre Pinhão e Tua não teve, “inexplicavelmente” qualquer aumento de velocidade num troço que não apresenta quaisquer dificuldades de natureza geotécnica. É, segundo Luís Almeida, “no mínimo, questionável a incapacidade de extrair valor dos investimentos realizados”.
A instituição reclama assim que o concurso para a elaboração do projeto de eletrificação da Linha do Douro seja lançado imediatamente (estava previsto para final de 2021) em conjunto com o projeto para a reabertura até Barca d’Alva e que sejam assumidos pela Infraestruturas de Portugal ou pelos ministérios da tutela (Infraestruturas e Finanças) prazos credíveis para a conclusão da empreitada e com os quais a região possa trabalhar na planificação da sua oferta turística. Para a Associação Vale d’Ouro o protelar deste investimento significa um enorme desrespeito pela região e pelos seus habitantes.