Alunos da Universidade do Minho criaram um projeto de voluntariado internacional.
O projeto chama-se Chimya, que em crioulo significa "semear" ou "plantar", e quer dar apoio médico e bens a São Tomé e Príncipe. Foram três alunos de Medicina da Universidade do Minho (na foto abaixo) que criaram um projeto para levar bens essenciais e ajuda médica a São Tomé e Príncipe, um dos países mais pobres do mundo. Os jovens pretendem conjugar a vertente humanística com o conhecimento clínico obtido no curso e, ainda, sensibilizar a sociedade para a causa são-tomense. Carina Ramos, de Montalegre, Vítor Hugo Pedrosa, de Vila do Conde, e Ana Raquel Santos, de Penafiel, vão ficar em Junho e Julho na ex-colónia portuguesa a prestar apoio médico à população e a distribuir os bens angariados na campanha que lançaram no facebook, incluindo livros, roupas, material médico e alimentos.
A saber que este projeto nasceu na disciplina Projeto Opção do curso de Medicina da UMinho e, já em 2013, outros colegas tinham feito voluntariado junto de uma congregação de irmãs hospitaleiras na cidade das Neves, na ilha de São Tomé. O objetivo é prosseguir em contínuo com a atividade.
A escolha por São Tomé e Príncipe justifica-se pelas suas carências socioeconómicas, por pertencer aos PALOP e por ser um arquipélago secundarizado pelas organizações não-governamentais devido à sua geografia, densidade populacional e pouca projeção mundial. "É um país com escassos recursos hospitalares, situações sanitárias muito precárias, difícil mobilidade interna e a maioria das 200 mil pessoas vive abaixo do limiar da pobreza", descrevem os criadores do movimento. A título de exemplo, a mortalidade infantil é muito elevada, de 52/1000, acentuada pelas doenças infeciosas e carências nutricionais.
A campanha de recolha de bens termina a 19 de junho e os alunos da UMinho partem a 21 de junho, tendo como principais objetivos prestar cuidados de saúde, requalificar profissionais locais em áreas como a desinfeção, a prevenção e os cuidados primários, bem como educar para a higiene básica e oral, a saúde materno-infantil, a educação sexual e a alimentação. "Este é o primeiro passo para algo que pode ser muito maior", salienta Carina Ramos, apelando para a comunidade em geral ir acompanhando o site do Projeto Chimya.