A Administração Regional de Saúde do Norte considera que a portaria, que classifica os hospitais por grupos e define as respectivas valências, deve ser entendida como um documento orientador.
Foi desta forma que a entidade reagiu às críticas que têm sido feitas desde que o diploma foi publicado na quinta-feira passada, com especial enfoque no Norte.A saber que a publicação da portaria em Diário da Republica vem categorizar os hospitais do SNS em grupos de I a IV, hierarquizando as unidades, de acordo com a natureza das suas responsabilidades e valências.
Ontem Gonçalo Rocha, presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa reuniu com a administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, que compreende os hospitais de Penafiel e Amarante. Na recente portaria do Ministério da Saúde, o hospital de Penafiel foi considerado de nível 1, onde estão enquadrados os hospitais até 500 mil utentes, tendo como consequência a perda de valências como cirurgia cardiovascular, urologia e obstetrícia, entre outras. Gonçalo Rocha não compreende a classificação destes hospitais que servem cerca de 553 mil utentes e que não podem perder "na secretaria um conjunto de valências e especialidades que são fundamentais para vida das pessoas",referiu ontem citando a maternidade," que é a segunda maior do norte, com mais de 2.350 partos em 2013".
Também o autarca de Fafe já se pronunciou contra encerramento de serviços do Centro Hospitalar do Alto Ave. . Raul Cunha revelou que "enquanto médico e autarca, partilha da opinião da Ordem dos Médicos que considera esta decisão muito 'amadora'". Acredita que a mobilização das pessoas e dos seus representantes fará o governo recuar da decisão. O autarca de Guimarães também já o tinha feito.
Domingos Bragança, presidente da autarquia vimaranense não aceita a perda de serviços e sugeriu a criação do Centro Hospitalar do Ave, uma nova designação institucional que resultaria da união dos hospitais do Alto Ave e do Médio Ave. Esta foi a alternativa apresentada pelo autarca para evitar o fecho dos serviços. A saber que tambémo Hospital do Alto Ave revela em comunicado que continuará a responder às necessidades dos cidadãos.O conselho de administração do CHAA refere que as interpretações que estão a ser dadas à Portaria n.º 82/2014, de 10 de abril 2014, que altera o perfil funcional e/ou a área de influência do Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA) levado ao encerramento de sete serviços, estão a criar "incerteza" e "preocupação" nas populações pelo que lembra que o "quadro ainda não está fechado". Segundo aponta o CHAA, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, afirmou que "caso se verifique que há especialidades que sejam consideradas necessárias numa unidade, mesmo não estando atribuídas a um determinado hospital na portaria, essa opção pode ser validada através de um despacho do Governo".
Segundo a portaria, o Hospital de Guimarães perde os serviços de obstetrícia, urologia e cirurgia vascular, sendo que o atendimento passa a ser feito no Hospital de Braga, classificado no grupo II.