Evento decorre a 30 de novembro e 1 de dezembro, em Lisboa.
O Laboratório Associado ICVS/3B'S da Universidade do Minho, em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Associação Salvador, organiza o 1º Simpósio Ibérico em Lesões Vertebro-Medulares, subordinado ao tema "Novos Paradigmas em Medicina Regenerativa de Lesões Vertebro-Medulares". A iniciativa realiza-se esta segunda e terça-feira, no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, em Lisboa.
O simpósio pretende discutir os mais recentes avanços nesta área e a sua possível translação para a prática clínica, aproximar a comunidade civil aos cientistas e aos membros do corpo clínico, além de fomentar a colaboração entre grupos de investigação de Portugal e Espanha com outras equipas do resto da Europa e da América do Norte. Ao longo de dois dias, os especialistas irão apresentar projetos relacionados com aplicações clínicas, células estaminais, biomateriais e medicina regenerativa, farmacoterapias e novos modelos para estudar a recuperação de lesões vertebro-medulares (LVM). Da UMinho, está prevista a intervenção do professor catedrático Nuno Sousa, na sessão de abertura (dia 30, às 9h00), em representação do ICVS – Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, bem como a apresentação dos temas "Terapias moleculares para a reparação de lesões vertebro-medulares", por Nuno Silva (dia 1, às 11h00), "Hidrogéis e secretoma na regeneração de lesões vertebro-medulares" (dia 1, às 15h00), por António Salgado, "Secretoma das células estaminais mesenquimais: Um modulador para a regeneração do sistema nervoso central" (dia 1, às 16h30), por Fábio Teixeira, entre outros. Além de várias sessões plenárias e apresentações orais, o programa inclui palestras abertas ao público, nomeadamente aos pacientes de LVM e seus familiares. No almoço de terça-feira, por exemplo, os participantes terão a oportunidade de contactar diretamente com os cientistas.
Sobre as lesões vertebro-medulares
O primeiro manuscrito que descreve lesões vertebro-medulares traumáticas data do tempo dos egípcios e relata este problema de saúde como uma condição para a qual não existe cura e tratamento. Apesar dos enormes progressos desenvolvidos ao nível dos cuidados paliativos, a situação mantém-se quase 4000 anos depois. "As consequências provocadas pelas LVM estão essencialmente relacionadas com os processos inflamatórios e a formação de uma cicatriz glial, processos esses que são inibitórios para o restabelecimento das ligações nervosas que são perdidas durante a lesão. Em anos recentes foram desenvolvidas estratégias que pretendem induzir a regeneração da medula espinal e, com isso, reverter as condições associadas à LVM, nomeadamente através de terapias moleculares e celulares, engenharia de tecidos e sistemas de libertação controlada de fármacos. Estes e outros temas serão debatidos no Simpósio", diz António Salgado, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da UMinho.