Todas as escolas do 1.º ciclo e jardins de infância do Agrupamento de Lousada Oeste encerraram hoje, 13 de janeiro, devido à greve dos professores, a que se juntam, também, paralisações na Escola Básica e Secundária.

Nuno Costa, professor na escola de Campo, Nevogilde, e porta-voz do 1.º ciclo e pré-escolar, garante tratar-se de “uma adesão histórica”, ao envolver os nove estabelecimentos de ensino do Agrupamento, cerca de 40 professores e de mil alunos.

“Os docentes viram o tempo de serviço subtraído em 6 anos, 6 meses e 23 dias, com implicações diretas na carreira e nas expectativas profissionais, quando estiveram, de facto, ao serviço da escola pública” – refere Nuno Costa, apontando as quotas de acesso ao 5.º e 7.º escalões como impedimentos para muitos atingirem o topo da carreira, mesmo com avaliações de Excelente ou Muito Bom, em que o mérito não é premiado, originando crescente desmotivação de uma classe envelhecida, sem perspetivas de renovação e “sistematicamente destratada”, agravando a crise da falta de docentes.

As colocações muito afastadas dos locais de residência, a tardia idade de aposentação – “ainda mais absurda na monodocência” –, excessivas exigências burocráticas e a perspetiva de transferência de competências para os Municípios, ignorando o critério da graduação profissional, são razões igualmente apontadas para a greve.

“Além de Professores, somos também pais que não podem assistir impávidos ao comprometimento do futuro dos nossos filhos e à degradação do sistema público de ensino” – concluiu Nuno Costa.