A vila de Montalegre, fazendo jus à tradição, volta a celebrar a "Queima do Judas". Acontece este sábado à noite na véspera da Páscoa
Segundo a autarquia a iniciativa faz parte do cartaz referência na programação cultural do município. Até quinta-feira há inscrições abertas na sede do Ecomuseu de Barroso, em Montalegre, para todos aqueles que queiram apresentar "Judas". Uma iniciativa aberta a particulares, instituições, grupos e associações.
No sábado Aleluia, anterior ao domingo de Páscoa, ao início da noite, tem lugar o momento da "Queima do Judas". Esta tradição perde-se no tempo e tem o caráter simbólico de expiação dos males e de purificação, através do fogo. Morre o homem mau, morre o vício e renasce o Homem novo e puro, liberto dos males antigos. Relacionado com este acontecimento, encontramos, também, uma marcada expressão satírica popular. Trata-se de uma festa tipicamente profana, com origem no imaginário cristão, segundo o qual Judas entregou Jesus à morte, tornando-se, por isso, um traidor. A "Queima do Judas" não é só o queimar de um boneco de palha. É a representação de um trabalho artístico e literário, numa rivalidade saudável entre os lugares, sendo a parte das letras relativa ou alusiva ao cenário artístico. Explora-se o aspeto crítico, humorístico, com especial incidência na vida social e política local nacional e mundial.