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Planalto da MourelaEntre os 28 premiados de 16 países, o projeto do desenvolvimento sustentável do Planalto da Mourela, plantado no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), em território do concelho de Montalegre, foi distinguido pelo prémio da União Europeia para o Património Cultural/Prémio Europa Nostra 2016.

Situado na parte oriental da serra do Gerês, a cerca de 1.200 metros de altitude, o Planalto da Mourela é considerado um repositório vivo das práticas associadas aos sistemas agrários tradicionais, onde as técnicas de gestão e de maneio do território se têm perpetuado ao longo do tempo e continuam a marcar o quotidiano das populações e da paisagem. Foram estas qualidades que convenceram o júri dos Prémios Europa Nostra 2016, a distinguir o projeto "A conservação dos urzais e o desenvolvimento sustentável no Planalto da Mourela", no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), com o Prémio da União Europeia para o Património Cultural/Prémios Europa Nostra 2016, na categoria de educação, formação e sensibilização. A iniciativa, implementada entre 2009 e 2011, conjugou as práticas tradicionais de maneio dos matos, como o roço de mato, fogo controlado e condução de giestal com o maneio do gado (vezeiras) de forma a manter as áreas de mato limpas, incentivar a criação de pequenos ruminantes (principalmente caprinos) e, consequentemente, diminuir o risco de incêndios florestais. No âmbito do projeto, foi transformada uma antiga casa florestal num centro de interpretação, que faz parte do Ecomuseu do Barroso, desenvolvido material sobre a utilização dos matos e a importância cultural para estas populações e criados percursos. Este centro tem uma vertente turística e outra pedagógica. A área de intervenção abrange sete baldios do concelho de Montalegre. A saber: Covelães, Outeiro, Paredes do Rio, Pitões das Júnias, Tourém, Travassos e Sezelhe.

Para David Teixeira, vice-presidente da Câmara de Montalegre, a notícia é um «importante reconhecimento». O autarca lembra que estamos a falar de uma aposta que «ajudou a reduzir os incêndios em 80%». Neste sentido, reforça, «um reconhecimento a nível europeu é sempre um motivo de alegria e de regozijo e é muito importante, porque se trata de um projeto de valorização do território e da natureza que teve um efeito prático evidente, já que ajudou a reduzir os incêndios florestais em mais de 80% nas áreas de intervenção». O número dois do executivo municipal, salienta que este desafio conseguiu «mobilizar a população para uma nova forma de gerir a paisagem». Isto nota-se no «melhoramento das pastagens, bem como na forma como se organiza a paisagem deste planalto». David Teixeira defende que estamos perante «um projeto modelo» que, acredita, o reconhecimento europeu ajudará a divulgar e a replicar. Com efeito, de acordo com o júri do prémio, este projeto de desenvolvimento sustentável destacou-se pela «originalidade e criatividade». As palavras são esclarecedoras: «o foco deste fascinante projeto está na paisagem cultural desta região e em como as atividades humanas moldaram o ambiente natural. A equipa do projeto contribui para a criação de condições de sustentabilidade neste território específico do Parque Nacional, bem como para a proteção de uma parte inestimável da herança do património europeu». A cerimónia de entrega dos prémios, que conta com a participação do comissário Navracsics e de Plácido Domingo, presidente da Europa Nostra, acontece na noite de 24 de maio, no histórico Teatro da Zarzuela, em Madrid. Está aberta, até ao próximo dia 8, a votação "online" em http://vote.europanostra.org para o Prémio do Público, que será anunciado juntamente com os sete vencedores do Grande Prémio, na noite de 24 de maio, em Madrid, na cerimónia de entrega dos prémios.

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