Dois arqueólogos estão a trabalhar no processo de análise, investigação e preservação do Castro de Santo Ovídio, ao abrigo de um protocolo entre a ARCO (Associação Cultural e Recreativa de Santo Ovídio), o IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) e a Câmara Municipal de Fafe.
Segundo a autarquia, o processo de trabalho é acompanhado no terreno por um outro arqueólogo responsável pela Gestão de Projetos de Cultura e Turismo da Comunidade Intermunicipal do Ave. Até agora já foram efetuadas limpezas da vegetação de toda a área escavada e da sua envolvência, falta agora avançar com a reconstrução e consolidação das estruturas e muros de suporte. Revela a autarquia que "no final deste processo, será feita uma prospeção para apurar a potencialidade arqueológica de diferentes áreas do monte, tendo como base um rigoroso levantamento topográfico que servirá de referência não só aos trabalhos que se pretendem realizar agora, mas também a todos os trabalhos futuros que se venham a desenvolver no Castro de Santo Ovídio." Para o vereador da cultura, Pompeu Martins, a celebração deste protocolo faz todo o sentido, uma vez que a Autarquia deve fazer todos os esforços para preservar o seu património histórico. "A Intervenção com vista à requalificação do Castro de St. Ovídio é preocupação já antiga, tendo sido possível encontrar agora os meios para intervir neste importante espaço arqueológico.
Há cerca de 30 anos que não se efetuavam intervenções de fundo, pelo que consideramos este primeiro passo uma excelente oportunidade para a preservação deste pedaço de história que é de todos nós"
Recorde-se que o Castro de Santo Ovídio é sobranceiro à bacia hidrográfica do Rio Vizela, e o local mais conhecido de onde restam vestígios arqueológicos em Fafe. As mais antigas referências ao povoado, localizado nos arredores da cidade, remontam ao último quartel do séc. XIX, quando foi descoberta, pelo arqueólogo Martins Sarmento. Em 1980, foram iniciadas escavações no povoado que permitiram pôr a descoberto habitações, arruamentos e outros importantes elementos para o conhecimento da arquitetura e urbanismo do castro, presumivelmente ocupado entre os séculos I a.C. e I d.C. Igualmente, à época foram descobertos vestígios de cerâmica e material lítico e metálico, que tornam o povoado de extraordinário interesse para o estudo do megalitismo no noroeste peninsularA saber que o local foi classificado como imóvel de interesse público em 1980.