O Teatro Regional da Serra do Montemuro está de regresso à Rota do Românico nos dois primeiros fins de semana de junho. Sob o mote “Seis Conselhos para um Rio”, um texto original de Ricardo Alves, atores profissionais e amadores viajam pelo património imaterial de seis municípios da Rota do Românico.
A estreia está agendada para o dia 4 de junho, às 21 horas, no Auditório Municipal de Cinfães. No dia seguinte, à mesma hora, o espetáculo viaja até ao Centro Cultural Maria Amélia Laranjeira, em Amarante. No domingo, 6, às 16 horas, será a vez do Emergente Centro Cultural, no Marco de Canaveses.
Nos dias 11 e 12, às 21 horas, o Teatro do Montemuro visita o Auditório Municipal de Resende e a Casa de Chavães, em Baião. A digressão termina no domingo, 13, às 16 horas, no Auditório Municipal de Castelo de Paiva.
A entrada é gratuita, condicionada à lotação dos espaços. O sítio da internet da Rota do Românico disponibiliza informações sobre a reserva e levantamento dos ingressos.
O projeto “Seis Conselhos para um Rio” enquadra-se na operação EEC PROVERE Turismo para Todos: Valorização, dinamização e promoção turística da região, cofinanciada pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
A Rota do Românico reúne, atualmente, 58 monumentos, distribuídos por 12 municípios dos vales do Sousa, Douro e Tâmega (Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Resende), no Norte de Portugal.
As principais áreas de intervenção da Rota do Românico abrangem a investigação científica, a conservação do património, a dinamização cultural, a educação patrimonial e a promoção turística.
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“Seis Conselhos para um Rio”
Sinopse
“E mais a mais, cada um faz o que quer com as histórias que aprende.”
A primeira coisa que se tem que fazer para contar uma história é ouvir. Depois decidir se se a reconta ou não. Se se decidir recontar pode-se pensar o que se vai mudar e o que se vai passar para o próximo ouvinte. Ou, então, deixar o mecanismo da memória seletiva escolher os factos que nos tocaram e merecem ser recontados e quais os que devemos atualizar ou personalizar.
E é à soma de todas essas histórias e das suas adaptações que se chama a memória coletiva. A tradição oral vai mantendo a sua importância inalterada porque se vai alterando com o tempo.
“Quem conta um conto acrescenta um ponto. Se você levar a história escrita fixa-a para sempre. Até parece que a história morre. As histórias querem-se livres, a mudar todos os dias. A crescerem e a adaptarem-se aos dias que passam.”
E as histórias nascem num lugar. Podem renascer noutro, mas já são novas histórias, apesar de serem iguais a outras. O Douro tem o seu próprio imaginário. Deverá haver centenas de penedos de cornudos espalhados pelo mundo, mas o penedo da serra da Aboboreira é especial porque soubemos trazer a sua lenda até aos dias de hoje. E se alguma coisa esta história prova é que há coisas que não mudam. Quem tem tempo livre inventa histórias. Transforma em narrativas as suas angústias. Serei cornudo ou não serei? Vou perguntar à pedra.
“Eu vou-lhe explicar como a coisa funciona. Você vai lá e atira uma pedra para cima do penedo, se ela ficar lá em cima equilibrada é porque a sua mulher sempre lhe foi fiel. Se a pedra cair ao chão, prontos, tem um par de cornos, mas prontos são os cornos pequeninos que sua mulher só o traiu uma vez. Deve ter sido por curiosidade. E nesse caso você só tem uma solução, pega na pedra e atira outra vez. Se ficar em cima é porque foi mesmo por curiosidade, se voltar a cair foi porque a primeira traição correu bem e ela quis mais. E é assim enquanto a pedra cair você vai contando as vezes que ela o traiu. Só para quando a pedra ficar lá em cima ou então quando se cansar. Percebeu? Mas também lhe digo uma coisa: no penedo de Travanca há mais pedrinhas no chão, que as que ele carrega nas costas.”
Ficha Técnica
Promotor: Rota do Românico
Companhia: Teatro do Montemuro
Texto: Ricardo Alves
Encenação: Paulo Duarte
Interpretação: Adolfo Campos, António Magalhães, Daniel Figueiredo, Eduardo Correia, Francisco Magalhães, Jorge Pereira, Pereira da Silva
Arranjo musical: Daniel Figueiredo
Espaço cénico e adereços: Teatro do Montemuro
Construção do espaço cénico e adereços: Carlos Cal e Maria da Conceição Almeida
Figurinos: Maria da Conceição Almeida
Desenho de luz: Paulo Duarte
Direção de cena: Abel Duarte
Direção de produção e comunicação: Paula Teixeira
Assistência de produção e comunicação: Marta de Baptista
Classificação etária: Maiores de 6 anos
Agradecimentos: Ángel Fragua, Junta de Freguesia de Vila Boa de Quires e Maureles, Paróquia de São Martinho de Mouros, Santa Casa da Misericórdia de Resende, União das Freguesias de Amarante - São Gonçalo, Madalena, Cepelos e Gatão.