A Junta de Freguesia de Amarante (S. Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão lançou Prémio de Literatura Infantojuvenil Ilídio Sardoeira destinado a autores com idade igual ou superior a 18 anos e a estudantes que frequentem o ensino secundário nas escolas do concelho de Amarante com idade compreendida entre os 15 e os 18 anos.
A apresentação deste Prémio de Literatura,aconteceu, na passada segunda-feira, precisamente no dia em que se assinalaram 103 anos do nascimento de Ilídio Sardoeira, reconhecido pedagogo, professor, poeta, escritor e autor de algumas histórias infantis. "O prémio de literatura infantojuvenil Ilídio Sardoeira pretende divulgar a criação literária e homenagear o escritor, poeta, professor e cidadão interventivo amarantino Ilídio Sardoeira", lê-se no regulamento do concurso. Este Prémio de Literatura Infantojuvenil, que homenageia o notável amarantino Ilídio Sardoeira, compreenderá a modalidade de conto com temática livre que aborde um aspeto da atualidade. Aberto à participação de autores de língua portuguesa a partir dos 18 anos o Prémio Literário premiará ainda a participação, num segundo escalão, de estudantes, jovens autores, dos 15 aos 18 anos, que frequentem o ensino secundário nas escolas do concelho de Amarante.
A apresentação do Prémio, júri e divulgação do regulamento acontecerá numa sessão solene de evocação de Ilídio Sardoeira, patrono deste concurso literário, marcada para as 18h30 no Salão Nobre da Sede da União de Freguesias, na rua Miguel Bombarda, em S. Gonçalo, Amarante.
Sobre Ilídio Sardoeira
Ilídio Sardoeira é natural da freguesia de Canadelo, no concelho de Amarante, onde nasceu no dia 12 de novembro de 1915.
Licenciou-se em Ciências Biológicas na Universidade do Porto. Foi escritor, poeta, conferencista e ensaísta, pedagogo, professor de Biologia.
Desde cedo, Ilídio Sardoeira colaborou com diversos jornais e revistas. Foi diretor dos jornais "Alma Nova" (1933) e "Voz do Marão" (1935), e colaborou também com os jornais "Flor do Tâmega", "Primeiro de Janeiro" e "Jornal de Notícias".
Em 1940, publicou A Minha Aldeia, o seu primeiro livro de poemas. Seguem-se, mais tarde, Poemas: Fruta Madura, Mundo Em Chamas, Menino Longe e Prisma.
Em prosa, publicou livros de divulgação de conhecimento e outros de cariz literário como a A Origem da Vida, Cantares de Amigo ou Comentários a um Comentador. Foi um admirador e estudioso da obra do grande poeta de Amarante e seu contemporâneo, Teixeira de Pascoaes, tendo publicado "Pascoaes, um Poeta de Sempre" e "Influência do Princípio da Incerteza no Pensamento de Pascoaes".
Também ajudou à elaboração de livros como "A Teixeira de Pascoaes", organizado pela a Academia de Coimbra em 1951; "Raul Brandão - Homenagem no seu Centenário".
Destaque-se ainda a publicação de alguns contos infantis de Ilídio Sardoeira que possuem caráter lúdico-pedagógico, e ainda que sejam destinadas a crianças, as suas lições também se destinam a adultos.
Enquanto político, foi vereador da Câmara Municipal de Amarante durante uma sessão. Foi também deputado da Assembleia Constituinte pelo Movimento Democrático Português (MDP/CDE), depois da revolução de 25 de abril de 1974 e, finalmente, em 1976, foi candidato pela FEPU à Câmara Municipal de Amarante.
Faleceu na sua residência, na Rua Rocha Leão, nº 240, na freguesia de Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, no dia 28 de novembro de 1987.