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Homenageados no Terra Justa 2018 (1)Um dos momentos de destaque, no primeiro dia do encontro, foi a entrega, pela mão de Isabel Soares do Prémio Jornalismo pela Paz 'Maria Barroso Soares' à jornalista da TVI Conceição Queirós.

A jornalista mostrou o seu orgulho pela distinção e recordou Maria de Jesus Barroso Soares como "uma mulher preocupada e com uma enorme sensibilidade com as crianças, sobretudo no que toca a problemas de saúde. Ela foi o rosto também da luta pela paz, pelos Direitos Humanos." Conceição Queiróz recordou ainda uma das reportagens que mais lhe ficou na memória sobre a mutilação genital feminina, revelando que "aquilo que ouvi durante o trabalho de investigação foi das coisas mais violentas que ouvi enquanto jornalista. Eu esperei 10 anos para conseguir ir para o terreno e partilhar este trabalho com o público." A noite de ontem ficou marcada pela Homenagem aos White Helmets/Capacetes Brancos, numa cerimónia no Teatro Cinema.Homenageados no Terra Justa 2018 (2)

A jornalista da SIC, Cândida Pinto, moderadora da cerimónia, revelou que "a linha que separa a guerra da paz é uma linha muito ténue. As guerras são frias, feias e cansativas. Apesar de tentarmos imaginar o que se passa em contextos de guerra, temos grande dificuldade em perceber o que é viver naquela realidade há tanto tempo. O trabalho que esta ONG faz na Síria é um trabalho extraordinário que merece ser reconhecido por todos. Há tempos ouvi que um Sírio quando está fora da Síria, ao ouvir um avião, assusta-se, porque lembra, de imediato, um bombardeamento. Para nós, uma avião é só e apenas sinónimo de viagem..." Visivelmente emocionado, Nedal Izdden, membro dos White Helmets, revelou, que aquilo que mais desejam "é ver a paz, poder ouvir música, como aqui aconteceu, regressar às nossas casas, às nossas famílias de onde fomos forçados a sair." "Nós somos testemunhas oculares do horror que se passa na Síria. Somos os primeiros a correr para o bombardeamento, enquanto todos os outros fogem." Ahmad Yoused explicou, por sua vez, que o "financiamento dos Capacetes brancos é conseguido através de países doadores e daqueles a que chamamos de 'amigos dos Capacetes Brancos': mais de 200 mil pessoas que nos ajudam a ser heróis também." Sobre aquilo que aconteceu a 7 de Abril, em Douma, Amad explicou que "foi um dia muito triste. Uma tragédia, A primeira vez que o regime sírio atingiu civis com armas químicas e que causou a morte de 42 pessoas. Nesse dia, só conseguimos chegar às vítimas duas horas depois, porque eram bombardeamentos atrás de bombardeamentos." Os dois voluntários aproveitaram ainda para revelar que, no que toca às ligações à Al Qaeda, de que agora se fala, "são acusações cómicas que não fazem sentido nenhum para nós. A nossa missão é salvar vidas, independentemente da origem, crença, religião ou cor de pele."

O Presidente da Câmara Municipal de Fafe, Raul Cunha, destacou o papel fundamental que a ONG desempenha na defesa dos Direitos Humanos e na protecção de vidas em contextos de guerra. "Depois de tudo o que vimos e ouvirmos, durante o dia de hoje, sobre o trabalho destes bravos homens justifica este reconhecimento e homenagem aos Capacetes Brancos. É de louvar a coragem destes homens e mulheres que, diariamente, empenham todo o seu esforço e dedicação para salvar vidas! O Terra Justa tem o maior prazer em homenagear-vos!".

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