A Igreja de São Gonçalo vai acolher, amanhã sábado, 10 de Maio, pelas 22h, um concerto pela Orquestra do Norte. A entrada é gratuita.
O programa será o seguinte:
Carl Maria von Weber
Sinfonia N.º1 em Dó Maior, Op.19
Johannes Brahms
Sinfonia N.º 4 em Mi menor, Op. 98
Vladimir Kiradjev_ direção
Carl Maria Friedrich Ernst von Weber nasceu na Alemanha a 18 de Novembro de 1786 e morreu em Inglaterra a 5 de Junho de 1826. Nasceu no seio de uma família com especial ligação ao mundo artístico.
A música e o teatro estiveram sempre presentes na vida do compositor. O seu Pai Franz Anton, fundou e dirigiu uma pequena companhia de teatro itinerante em simultâneo com a carreira militar. A sua mãe Genoveva, dedicou grande parte da sua vida à música como cantora.
A sua obra ocupa um lugar especial no universo da música clássica. Na verdade, o compositor e diretor de Ópera alemão é um dos grandes responsáveis pela transição do período clássico para o período romântico, no seu Pais de origem.
O legado de Weber é uma referência incontornável para o panorama musical.
Obras como "Der Freischütz", "The Freeshooter", ou num registo mais coloquial "The Magic Marksman", "Euryanthe" (1823) e "Oberon" (1826), continuam ainda hoje a ocupar um lugar de destaque no património musical da humanidade.
Sinfonia nº 1, Op. 19
Weber compôs a 1ª Sinfonia Op. 19 entre Dezembro de 1806 e Janeiro de 1807.
A obra foi escrita especialmente para a corte do Duque Eugen Friedrich Heinrich von Württemberg, para quem Weber começou a trabalhar em 1806. Obedece a um modelo tradicional de quatro andamentos, neste caso Allegro con fuoco, Andante, Scherzo presto e Finale presto.
O primeiro andamento (Allegro con fuoco) tem algumas afinidades com os gestos de Mozart utilizados na abertura de La Clemenza di Tito , o que reflete uma abordagem mais clássica à ópera, ainda que mais expressiva. É um andamento relativamente curto mas encerra com brilhantismo a corrente ideológica dominante no início do século XVIII.
O segundo andamento (Andante), é mais exclusivo de Webber. A instrumentação e o conteúdo refletem de uma forma vincada a manipulação das ideais do compositor. De certa forma, pode ser interpretado como algo futurista uma vez que se caracteriza pela adoção de um estilo mais lento, semelhante ao que Beethoven viria a privilegiar nas suas sinfonias mais tardias.
O terceiro andamento (Scherzo, Presto), destaca-se pela forte presença dos instrumentos de sopro e dá o mote para um "Finale" verdadeiramente incrível que apesar de curto, evidencia toda uma estrutura "rondo" característica da sinfonia clássica.
Johannes Brahms 1833 – 1897
Johannes Brahms, compositor alemão nasceu em Hamburgo, a 7 de Maio de 1833. Recebeu as primeiras lições de música de seu pai, contrabaixista, revelando porém forte atração pelo piano. Aos 10 anos, fez o seu primeiro concerto público, interpretando Mozart e Beethoven. Três anos mais tarde, decide morar em Viena. Na capital austríaca iniciou funções como diretor da Singakademie, onde regia o coro e elaborava os programas musicais. Consciencioso por natureza e severamente auto-crítico, Brahms abordou a composição de sinfonias com muita cautela e ponderação, sob o peso daquilo que sentia ser a sua responsabilidade de não ficar aquém das realizações de Beethoven. Brahms dedicou-se a todas as formas, exceto ao ballet e ópera. A obra brahmsiana representa a fusão da expressividade romântica com a preocupação formal clássica. Numa época onde a vanguarda estava com a música programática de Liszt e o cromatismo wagneriano, Brahms compôs música pura e diatónica, e ainda assim conseguiu impor-se; talvez este seja um de seus maiores méritos.
Sinfonia nº 4, Op. 98
A sinfonia nº 4, Op 98 foi a última composição de Brahms e é de todas, a mais aclamada pela crítica. Foi apresentada pela primeira vez ao público em 1885 e rapidamente se tornou na obra mais conhecida do compositor.
É composta por quatro andamentos, Allegro non troppo, Andante moderato, Allegro giocoso e Allegro enérgico e passionato. Em cada um deles é perfeitamente possível distinguir as facetas de personalidade do autor.
O primeiro andamento cruza a inquietação constante com uma atmosfera dramática e fantástica, sublinhada no final da obra.
O segundo andamento abre com uma espécie de fanfarra melancólica que antecede uma magnifica secção de sopros, porventura uma das mais marcantes de todos o temas compostos por Brahms.
Segue-se um andamento vibrante e vigoroso (Allegro giocoso), capaz de entusiasmar qualquer audiência. De facto, este andamento era tão popular junto do público que este, reclamava constantemente a sua repetição no final dos concertos.
O quarto e ultimo andamento é talvez o mais notável de todos, estruturado sobre a "arcaica" forma barroca da chaccone.
BIOGRAFIAS
Vladimir Kiradjev
Vladimir Kiradjev começou por dirigir várias orquestras sinfônicas e conjuntos de música contemporânea mas rapidamente se tornou num dos Maestros de ópera mais solicitados da Europa Central e Oriental.
Depois de se ter graduado com distinção na Academia Estatal de Música de Sofia em direção , composição e regência coral , continuou os seus estudos com o professor Kurt Mazur ( Weimar - Leipzig) , Prof Franco Ferrara em Siena (Itália) e Prof Karl Oesterreicher ( Viena) .
Em 1984 foi nomeado diretor artístico da Ópera em Sliven e convidado a dirigir as principais orquestras filarmónicas do seu País.. Em 1990, mudou-se para Viena tendo sido nomeado como maestro titular da "Vienna Residence Orchestra" .
É frequentemente convidado para dirigir em vários teatros de ópera , Stadttheater Luzern, Deutsche Oper Berlin , Komische Oper Berlin , Berlin Metropol, Ópera Nacional da Letónia Riga, Ópera Nacional da Bulgária, Ópera de Kazan , Ópera de Cracóvia .
Nos últimos tempo tem sido regularmente convidado para dirigir várias orquestras sinfônicas na Áustria, Alemanha , França, Itália , Suíça , Bulgária , Lituânia, Letónia , Rússia, Polônia , México, Colômbia , Coreia do Sul e China.
Ao longo da sua carreira tem vindo a trabalhar com vários nomes sonantes do panorama musical como Anna Netrebko , Elina Garanca , Maija Kovalevskaja , Mati Salminen , Rafal Blechacz , Rudolf Nureyev , Rene Kolo , Guy Touvron , Sharon Kam, entre outros.
Desde a temporada 2008 - 2009 que é diretor artístico da Filarmónica de Estado em Rzeszow, Polônia e diretor artístico do Festival de Música em Lancut , igualmente na Polônia.
Na presente temporada (2013 – 2014) passará a desempenhar funções de primeiro Maestro convidado na Opera Estatal Szcz , na Polónia.
Gravou obras de Schoenberg (1996) e Lutoslawsky (1998), Puccini "Tosca" (1999). Gravou também compositores austríacos contemporâneos ao vivo em Vienna 2000 e 2001.
É docente no Instituto de Regência na Universidade de Música e Artes Cênicas, em Viena desde 1994 – 1995. (Info Orquestra do Norte)