O espetáculo de encerramento encheu o Teatro Cinema e esteve presente Ronaldo Correia de Brito.
Com o nome "Elos de Leitura", o fecho das jornadas literárias deste ano, na sexta-feira passada, contou com a participação da plataforma da Câmara Municipal, Fafe Cidade das Artes, do Coro da Academia de Música José Atalaya, dos alunos dos Agrupamentos de Escolas Prof. Carlos Teixeira, Fafe e Montelongo, dos alunos da Escola Profissional de Fafe e das tunas do Instituto de Estudos Superiores de Fafe, Estefina (feminina) e Fanfe (masculina). Foram apresentadas peças de teatro, música e dança, terminando o espetáculo com o hino das Jornadas Literárias, entoado no emblemático Teatro Cinema. No dia anterior, as Jornadas culminaram com um passeio e interpretação literária do espaço urbano por Acácio Almeida. Com a presença de Ronaldo Correia de Brito, foi realizado um pequeno percurso pela cidade de Fafe, com paragens em alguns pontos a que Acácio Almeida associou um poema/texto, lido no momento. Entre a Praça 25 de Abril, o Jardim do Calvário, o Tribunal, a Câmara Municipal, entre outros, foram lidos sete textos e poemas, com a ajuda de um grupo de alunos de Teatro da Universidade do Minho. O dia contou com "O Menino de todas as cores – Contadores de Histórias", iniciativa da Escola Profissional de Fafe que percorreu alguns Jardins de Infância, e com "Inês de Castro", peça interpretada pelos alunos da Escola Prof. Carlos Teixeira, no edifício escolar.
Ao início da tarde, pelas 15h00, Ronaldo Correia de Brito e Arnaldo Saraiva estiveram reunidos no Arquivo Municipal para a conferência "Textos do Mundo". Moderado por César Freitas, do Instituto de Estudos Superiores de Fafe, que introduziu os convidados, fazendo um pequeno resumo do seu percurso profissional e de vida, o debate debruçou-se sobre a relação dos escritores com a literatura. Arnaldo Saraiva lamentou o facto de "não haver, hoje, um programa de televisão sobre poesia, nem lugar para a poesia nos jornais...". Admitiu ainda que a sua relação com a literatura "começou com a minha relação com a língua. A linguagem define, de resto, a superioridade do Homem sobre o reino Animal." Ronaldo Correia de Brito sublinhou, por sua vez, a ligação entre a literatura e a linguagem, revelando que o primeiro livro "de que tenho memória é A História Sagrada". O autor admitiu a influência "do meio rural onde nasci na minha relação com a literatura e sua descoberta...". No fim do espetáculo de encerramento, o Vereador da cultura e da educação, Pompeu Martins, agradeceu "o empenho de todos os intervenientes nas Jornadas de 2016, que tornou possível toda uma semana de iniciativas que promoveram a cultura." "Ao longo de cinco dias, Fafe viveu cerca de cem eventos em torno da arte e da literatura, que envolveram cerca de mil pessoas. A Câmara Municipal está muito grata pelo esforço dos professores, alunos, famílias e associações do concelho."