A Biblioteca Municipal Albano Sardoeira (BMAS) inaugura sábado, 26 de setembro, às 16:00, a exposição de fotografia "Barros Basto: o Capitão nas Trincheiras".
Trata-se de uma iniciativa que conta com a colaboração do Centro Português de Fotografia e que revela imagens inéditas recolhidas pelo Capitão no âmbito da participação na campanha da Flandres, em 1917 e 1918. Pelas 16:30, terá lugar uma Conferência, intitulada "Um herói amarantino: o Capitão Barros Basto" proferida pela Professora universitária Elvira Mea. A mostra estará patente ao público até 31 de dezembro.
Biografia
Artur Carlos de Barros Basto nasceu a 18 de dezembro de 1887 na freguesia da Madalena, no concelho de Amarante, tendo falecido a 8 de março de 1961, na cidade do Porto. A sua carreira militar desenvolveu-se entre 1906 e 1937. Barros Basto destacou-se pela sua audácia e intrepidez durante a I Guerra Mundial, comandando um Batalhão do Corpo Expedicionário Português, e sendo promovido a Capitão. Por tais feitos recebeu diversas condecorações destacando-se a Ordem Militar de Avis, o grau de oficial da Ordem de Cristo, a Medalha da Vitória, a Medalha Militar de prata da classe de bons serviços com palma e a 4ª Classe da Cruz de Guerra. Foi o grande impulsionador e fundador da Comunidade Israelita do Porto e da edificação da Sinagoga Kadoorie, uma vez que detinha raízes judaicas. Por participar em circuncisões, um preceito da religião judaica, foi afastado do Exército (1938). Acabou por falecer a 8 de março de 1961, na cidade do Porto, afirmando no leito da morte que um dia lhe seria restabelecida a justiça pelo seu afastamento. Foi reabilitado moralmente pela Assembleia da República a 29 de fevereiro de 2012. A petição foi aprovada por unanimidade por todos os partidos políticos, considerando que o Capitão Barros Basto foi vítima de segregação político-religiosa pelo facto de ser judeu. A Resolução da Assembleia da República n.º119/2012, de 10-08, lembrou ao governo o procedimento de uma reintegração simbólica de Barros Basto no Exército, a título póstumo, "em categoria nunca inferior àquela a que o militar em causa teria direito se sobre o mesmo não tivesse sido instaurado o processo que levou ao seu afastamento".