O Ecomuseu de Barroso, projeto iniciado há cerca de uma década nos concelhos de Montalegre e Boticas, foi credenciado pelo Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e, deste modo, passa a integrar a Rede Portuguesa de Museus. Para Orlando Alves, número um da edilidade montalegrense, «é uma honra sentir que o trabalho desenvolvido está a ser reconhecido».
A região de Barroso carateriza-se por possuir um património riquíssimo e um imaginário coletivo diferenciador. A necessidade de salvaguardar esses elementos ímpares e únicos fez com que as autarquias de Montalegre e Boticas se unissem e, assim, delineassem um projeto capaz de assumir a responsabilidade de uma estratégia de desenvolvimento conjunta. Em 2002, foi criado o Ecomuseu de Barroso, reconhecido agregador e potenciador da Identidade, museu do território em constante relação com a população local e portador da memória coletiva. Em pleno planalto barrosão, conseguiu-se, de forma única e exemplar, conservar rituais ímpares e um património diversificado. Caraterísticas que se afirmaram como um "trunfo" na promoção turística. "Tocar" a origem através dos sentidos torna-se mais simples, através deste compêndio da essência barrosã. O Ecomuseu de Barroso assume-se como fiel guardião de "momentos" que identificam um Povo e um território e ponto de partida para a descoberta do que de melhor o "reino maravilhoso" tem para oferecer: tradições, cultura, aldeias e as pessoas, verdadeiros agentes do desenvolvimento local. O âmbito de intervenção do Ecomuseu de Barroso abrange a maioria dos propósitos convencionalmente atribuídos aos museus. Com consciência plena da necessidade de cumprir esse conjunto de funções, pretende ser elemento âncora da estratégia de desenvolvimento integrado e sustentável do território barrosão.
O Ecomuseu de Barroso iniciou atividade no momento em que começou a trabalhar com as instituições locais e as pessoas. Sem estar confinado a um edifício ou a um conjunto de edifícios, nem a horários de visita, dir-se-ia que se entra no Ecomuseu de Barroso quando, vindos de outros territórios, se transpõe qualquer uma das estradas que nos trazem a Barroso. Neste sentido, o Ecomuseu de Barroso pretende a inventariação e preservação do património, a valorização e divulgação dos recursos, a representação identitária, a formação, participação e cidadania, a concertação e cooperação, a inovação e mobilização das pessoas para novas atividades, a afirmação do território como destino turístico, a criação da marca "Terras de Barroso" e o apoio aos produtos regionais e a sua comercialização. O Ecomuseu de Barroso integra, ainda, as funções de documentação, investigação e interpretação dos valores culturais e naturais do território barrosão e, deste modo, contribuir para reforçar a identidade cultural da comunidade, desta com o seu espaço geográfico - "espaço humanizado".
RECONHECIMENTO
Ao fim de mais de uma década ao serviço da comunidade, o Ecomuseu de Barroso vê o trabalho reconhecido, com a aprovação da creditação pelo Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. Deste modo, passa a integrar a Rede Portuguesa de Museus. Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, referiu que «não é qualquer museu que consegue entrar neste grande catálogo». Este acontecimento abre portas à internacionalização, a fundos comunitários específicos e à divulgação direcionada no Turismo de Portugal e na Rede Portuguesa de Museus. Sem esquecer que esta rede permite a integração numa rede onde circulam exposições temporárias e eventos culturais. Com mais de 150 mil visitas, apenas no núcleo sede, o Ecomuseu de Barroso «está pronto para assumir a responsabilidade acrescida que esta creditação confere» e, assim, estar ao serviço da promoção do acesso à cultura e do enriquecimento do património cultural português.