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Aluna da UMinho premiada para estudar o risco de cheias no Cávado


A aluna Chaima Badri foi laureada com uma bolsa do Impact Center for Climate Change e vai analisar áreas de Braga, Amares e Vila Verde.

A estudante da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), foi distinguida pelo Impact Center for Climate Change da Fidelidade, para desenvolver mapas de risco e ações de sensibilização na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Vale do Cávado. Esta foi uma das bolsas para mestrado atribuídas no ano letivo 2025/26, de 870 euros mensais, para incentivar os jovens a investigar sobre os impactos socioeconómicos e ambientais das alterações climáticas em Portugal.

“Este trabalho pretende contribuir para organizar e atualizar informações sobre precipitação, zonas vulneráveis e impactos das inundações, criando um repositório acessível a entidades como a Proteção Civil, câmaras municipais e juntas de freguesia, melhorando a comunicação e a prevenção dos riscos de cheias”, diz Chaima Badri. A aluna do 2º ano do mestrado em Geociências – especialização em Riscos Naturais e Mudanças Globais é orientada pelos professores Paula Marinho Reis e Renato Henriques, no âmbito da sua tese “Towards a flood resilience information hub: Integrating multi-source data for risk and impact mapping in the Cávado region”. A pesquisa decorre no Departamento de Ciências da Terra da ECUM e tem a parceria da CIM Cávado.

A investigação utiliza cartografia de alta resolução, tecnologia ótica de deteção remota (LiDAR) e sistemas de informação geográfica (SIG) para simular cenários de inundação e avaliar a vulnerabilidade de edifícios, escolas, hospitais e infraestruturas, a começar pela freguesia de Palmeira, considerada de risco no concelho de Braga. O trabalho será depois replicado em zonas de Amares e Vila Verde, onde há pouca informação sobre perigos de inundação. “Este projeto tem uma dimensão científica e também social, desde o planeamento urbano até à proteção de bens e vidas humanas, logo esperamos ajudar na tomada de decisão e ainda realizar campanhas locais e ações de sensibilização junto de quem vive em áreas sensíveis”, sublinha Chaima Badri.

Nos objetivos do estudo está igualmente um novo repositório com dados recolhidos no terreno que reforce a ordenamento e a resiliência do território e a cultura de prevenção. “Há consciência crescente de que as tomadas de decisão dos responsáveis têm que se basear em informação científica sólida”, adianta. Para a professora Paula Marinho Reis, esta bolsa reconhece o talento e a dedicação de Chaima Badri, bem como o papel da UMinho “na formação de jovens investigadores capazes de responder a desafios ambientais cada vez mais complexos”.

Da Biologia às Geociências

Chaima Badri nasceu há 26 anos na Tunísia, onde fez a licenciatura e o mestrado em Biologia, seguindo-se um estágio na Universidade de Salamanca (Espanha) e, agora, a UMinho. “Na Biologia estudei rizobactérias, que ajudam os solos e as oliveiras a resistir às alterações no clima; quis entretanto perceber melhor a relação entre o solo, os riscos naturais e as estratégias de adaptação às mudanças globais, um tema cada vez mais crucial na sociedade, por isso escolhi as Geociências e espero continuar a investigar para depois entrar no mercado de trabalho”, afirma.