Dia Mundial da Rádio.
Uma data em que o planeta assinala a importância da telefonia sem fios que, desde o seu aparecimento, se tornou uma ferramenta indispensável de comunicação, um instrumento de aproximação entre as pessoas, numa companhia de conforto, num meio de informação, revelando uma capacidade de mutação e adaptação o aos tempos, que a tornam indispensável nas nossas vidas.
E esta tem sido a saga da RRB. A Rádio Região de Basto. A nossa rádio.
Ao longo da sua existência, tem ousado ser capaz de servir as terras de Basto e as suas populações, levando-nos ao mundo, trazendo-nos o mundo e ajudando-nos a criar um mundo melhor para todos e todas quantos vivem nesta região.
Para mim, pessoalmente, que acompanho o fantástico trabalho que a RRB tem feito desde o seu nascimento, e um privilégio poder ser, nos dias que correm, um colaborador voluntário, tornando-me um dos membros desta comunidade que constrói a história da RRB.
Para este dia especial, pediram-me que abordasse um tema específico: as alterações climáticas e o papel da rádio. É uma questão com uma atualidade premente e permite uma abordagem diferente ao tema.
Partamos de duas premissas fundamentais: A primeira, que as alterações climáticas existem, para lá de todo o ruído negacionista, e que está o a mudar o Planeta. Estão a tornar-se um caso cada vez mais sério, cada vez mais perigoso, para o nosso modo de vida e, cada vez mais, assume um protagonismo contundente na alteração das condições naturais. A segunda, que a rádio desempenha e desempenhara sempre um papel importante, enquanto instrumento de informação e pedagogia e será, numa emergência climática, um dos instrumentos mais vitais na comunicação de cenários e informação de toda a atuação de proteção e segurança das comunidades.
As Terras de Basto são férteis, com uma mancha florestal deslumbrante e rica e um conjunto de terras agrícolas de enorme valia. Representam uma fatia importante da nossa riqueza coletiva e são o sustento de uma boa parte da nossa populaça o, bem como a principal fonte de retenção de carbono e a prestação de serviços de ecossistema. Acresce, a enorme abundância de água que corre nos concelhos de
Basto. Estes bens naturais preciosos exige um cuidado vincado e uma atuação permanente e eficaz por parte das autoridades, exigindo ainda que a populaça o tenha uma participação ativa no seu pensamento, na sua defesa e no seu cuidado. É e aqui que entra o papel informativo e pedagógico da rádio, mormente da RRB. No âmbito do seu serviço informativo habitual e através da possível criação de um magazine dedicado a s causas Ambientais e a Natureza, a Rádio Região de Basto poderá exercer um papel preponderante da educação para as questões ambientais de todas as gerações, tornando-nos mais capazes de defender as nossas terras e de nos tornarmos cidadãos ainda mais responsáveis na nossa atuação ambiental.
Quanto à questão do papel da rádio no caso de uma catástrofe natural extrema, lembro que ainda há pouco tempo, a nossa região foi uma das flageladas quer pelos incêndios de setembro 2024, fenómeno que causou estragos avultados no património florestal e agrícola do nosso território, com especial destaque para as freguesias de Arnoia, Codessoso, Moreira do Castelo, Fervença, Borba e Agilde, quer
pela Tempestade Kirk, um fenómeno que provocou graves danos agrícolas, sobretudo em explorações agrícolas, como foi o caso de algumas nas freguesias de Borba e do Rego, no meu concelho de Celorico de Basto. Não estamos a salvo de, um dia, a nossa regia o ser afetada por um fenómeno ainda mais contundente e aí, estou certo, teremos na RRB um instrumento vital para que as populações de Basto não se sintam sós e possam estar sempre informadas e prontas para reagir.
A RRB é uma janela nossa para o Mundo. Uma janela brilhante no que nos traz e no que de nós leva.
Esta de Parabéns pelo dia e pelo seu trabalho majestoso.
Eugénio Fernandes Carvalho
Engenheiro Florestal
